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Carta da AMAR pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro

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Carta da AMAR pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro
11 de fevereiro de 2021

Neste dia 11 de fevereiro, consagrado internacionalmente como Dia Mundial das Pessoas Enfermas, a Associação Internacional de Estudos de Afetos e Religiões (AMAR) expressa seu pedido de impeachment do atual Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

A AMAR se compadece das milhares de mortes e adoecimentos provocados, como entendemos, pelo negacionismo e procrastinação de órgãos públicos no combate à pandemia do COVID-19, descaso este estimulado diretamente pelos posicionamentos políticos do atual Presidente da República.

Dia 11 de fevereiro é também Dia das Pessoas Antropólogas. Conclamamos todxs colegas desta área a se juntarem a nós em um movimento acadêmico que clame pelo impeachment de Bolsonaro. Mais que isto, convocamos a todas as pessoas acadêmicas – não só as estudiosas dos ricos eixos temáticos da AMAR, como afetos, sensibilidades, religiões e diversidades -, mas sim, todas, a unirem-se neste momento delicado, no qual o povo brasileiro tem que conviver com um virús mortal e um presidente ainda mais mortal.

Vamos além: convocamos artistas progressistas, e demais pessoas sensíveis de toda a sociedade civil a juntarem-se a nós – que por nossa vez, estamos seguindo as vozes de milhares de pessoas brasileiras e também estrangeiras pelo impeachment de Bolsonaro.

Promoveremos, nos dias que seguirão, um Ato que congraçará pessoas acadêmicas, não acadêmicas, e artistas em torno da necessidade de se pensar o a(fé)to como alternativa ao ódio e ao negacionismo. Solicitamos o apoio, participação e compartilhamento gentil e generoso de todxs ao evento.

A AMAR se posiciona politicamente aqui em prol do a(fé)to como ato de fé. Ato mantendo a fé em novos governantes mais justos e inclusivos às diversidades. Ato de fé e fé na ação contra o atual estado das coisas. Pedimos aqui publicamente, compondo generalizado desejo público, o impeachment, já, do presidente Bolsonaro.

É necessário que um presidente como ele, célebre por ser intolerante religioso e também xenófobo, racista, elitista, machista, LGBTfóbico etc., que é historicamente contrário à laicidade do Estado e contra as frentes de diversidade religiosa, seja responsabilizado por crime de responsabilidade no combate à pandemia.

Aliás, como observa a carta de Joaquim Falcão, professor da FGV, assinada com 13 colegas, entre os crimes de responsabilidade de Bolsonaro, encontram-se a “violação patente ao direito à saúde da população”, e o “flagrante abuso de poder politico ao usar de sua visibilidade e prestígio inerentes ao cargo para desacreditar recomendações sanitárias consensuais potencializando a disseminação da pandemia”.

E por tais motivos, dentre muitos outros, cremos ser necessário que se declare Bolsonaro inelegível por crime de responsabilidade, após seu afastamento da Presidência da República.

Cremos que é necessário afastar a chapa eleita (Capitão Bolsonaro e General Mourão), eleger junta governativa com a missão de organizar eleições, elegermos uma chapa que atue sensível, empática e firmemente no combate à pandemia, desemprego, inflação e miséria cada vez mais crescentes e alarmantes.

Entendemos que há uma dificuldade de mobilização social pelo impeachment por conta do distanciamento social, mas a AMAR e a Fogo Editorial se unem à mobilização pró-afastamento de Bolsonaro, estimulando a realização de atividades em prol de uma educação inclusiva, emancipatória e libertadora.

Contra o negacionismo de Bolsonaro e de seus seguidores, positivemos o afeto, crendo na ação de mudar as coisas (incluindo governos como o atual). Nos posicionamos em prol do AMOR. Nunca do discurso do ódio, que tem a cada dia vitimado pessoas de COVID e das diversas formas de intolerância. Somos pró-afastamento do governo atual, e pró-aconchegamento do respeito, da solidariedade, da empatia, da sensibilidade, do carinho, e da inclusão.

Fica o convite da AMAR para que, em conjunto, todos os setores da sociedade se irmanem e atuem ativa e criativamente em prol de uma educação emancipatória, livre, democrática, plural, sensível e amorosa, que “tome partido” de todas as diversidades, amorosidades e sensibilidades.

Cremos que é necessário afastar a chapa eleita (Capitão Bolsonaro e General Mourão), eleger junta governativa com a missão de organizar eleições, elegermos uma chapa que atue sensível, empática e firmemente no combate à pandemia, desemprego, inflação e miséria cada vez mais crescentes e alarmantes.

Despedindo-nos amorosamente.

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